“O Futuro está aqui, só não está é distribuído de forma muito equitativa”
Esta frase de William Gibson, autor de referência na literatura de ficção científica – e que antecipou uma série de evoluções que se vieram a concretizar –, pode ser entendida de duas formas genéricas:
– o modo de vida futuro da maioria da população já existe, mas para já só é usufruído por alguns;
– a evolução da nossa forma de estar será sempre associada à desigualdade, pelo que a evolução nunca chegará simultaneamente a toda a gente;
Embora estas interpretações sejam feitas à luz de uma condição social, podem facilmente encontrar paralelo em qualquer contexto. O que determina quem tem primazia no “acesso ao futuro” é a sua capacidade de antever aquilo que se tornará o próximo paradigma, seja ele uma tecnologia, uma moda, uma política, etc. Este ponto é especialmente importante quando consideramos o mundo empresarial. As empresas de maior sucesso são tipicamente as que reavaliam regularmente as suas convicções e estão prontas para romper com a forma tradicional de se posicionarem no mercado. Algumas inventam a realidade, outras adaptam-se rapidamente às novas realidades.
Depois há as outras. As que correm constantemente atrás do prejuízo, tentando manter-se à tona, adiando ano a ano o inevitável fim. Tipicamente estas últimas têm no seu comando alguém que olha para o retrovisor, tomando decisões baseadas no passado, em vez de olhar para a frente e realizar que o caminho que tem pela frente não pode ser percorrido com o mesmo carro com que chegou até ali. Sim, porque as empresas continuam a ser geridas por pessoas e os resultados que alcançam estão diretamente relacionados com a sua capacidade de antecipação, ou seja, as empresas espelham os seus líderes e os seus mecanismos de tomada de decisão.
São assim definidos dois grandes grupos de gestores: os que olham e os que ficam a olhar e se pensarmos bem, é só uma questão de atitude!
A que grupo quer pertencer? O Futuro está aqui e depende de si usufruí-lo!
Rui Monteiro – ETIM Portugal