Com os sinais do retorno a um modo de vida mais “normalizado”, levantam-se agora questões relativas a temas tão prementes como é o da sustentabilidade ambiental.
Após uma queda, por efeito da pandemia, de 5.8% nas emissões de CO2 relacionadas com a energia a nível global (percentualmente a maior desde a 2ª Guerra Mundial) verifica-se que em dezembro passado estas emissões já foram 2% superiores a dezembro de 2019, representando, aproximadamente, mais 24 milhões de toneladas de CO2 emitidas para a atmosfera num só mês!
Estes dados divulgados pela Agência Internacional da Energia (IEA) relativos à recuperação da produção, que vem ocorrendo desde o ano passado, fazem nascer ideias originais – mesmo radicais -, cuja viabilidade é agora discutida de forma mais aprofundada pela importância da sustentabilidade em todas as dimensões da nossa vida. Por exemplo, há uma corrente que garante a incompatibilidade entre o crescimento económico e a sustentabilidade do planeta, defendendo um “decrescimento” das economias, de forma a equilibrar a relação entre a produção e os recursos naturais necessários a si inerentes. Independentemente das conclusões a que cheguemos, há uma condição que podemos tomar como certeza: o equilíbrio será conseguido pela ação de todos, pela mudança de hábitos de consumo e pela mudança de processos, principalmente dos que recorrem a recursos naturais. O caminho da “desmaterialização” está à nossa frente e teremos de segui-lo. Para as empresas significa o recurso ainda mais profundo à digitalização da sua atividade, seja na maneira como os seus colaboradores desempenham as suas funções, seja na forma como chegam ao mercado e se relacionam com os seus clientes – estes, cada vez mais, a fundamentarem a sua escolha de empresas fornecedoras na pegada ecológica destas.
Rui Monteiro – ETIM Portugal